quarta-feira, maio 30, 2007

Quais as águas que brotam da nossa vida?

«Se alguém tem sede, venha a Mim e beba:
do coração daquele que acredita em Mim
- como diz a Escritura –

correrão rios de água viva
»
Referia-se ao Espírito que haviam de receber
Os que acreditassem n'Ele.
(Jo 7,37-38)

O Espírito Santo, é-nos apresentado por Jesus, como um caudal de águas vivas, que irrompem no coração dos crentes, para irrigar o deserto das nossas vidas e o transformar em oásis, onde se possam abrigar e dessedentar todos os que têm sede.

Mas esta palavra compromete-nos seriamente. Quais as águas que brotam da nossa vida?

Águas turvas que confundem e enganam, impedindo de ver as realidades com clareza e transparência, sem meias tintas nem hipocrisias, mas com definição e verdade?


Águas poluídas, portadoras de micróbios que fazem adoecer e morrer, e que, embora pareçam límpidas, se tornam traiçoeiras e mortais?


Águas barrentas que entopem os canais e impedem a comunicação e uma irrigação nutritiva e fecundante?


Que águas brotam da nossa vida?


O Senhor Jesus conta connosco para desobstruir a fonte que O Espírito quer fazer irrigar em nós.


A fonte duma água purificadora que nos liberta de todas as mágoas e pecados que transportamos connosco e nos impedem a generosidade dum perdão e a alegria duma paz irradiante.


A fonte duma água fecundante que nos permite produzir frutos gostosos, oferecidos aos irmãos e apresentados no altar como expressão do nosso reconhecimento ao Pai que está nos céus.


A fonte duma água caudalosa que irriga o coração daqueles que não sabem onde procurar as nascentes e que poderão desse modo saborear o gosto e a alegria dessa água que purifica, renova, e cria tornando-os, também a eles, nessa fonte.


O Espírito é o princípio activo desta água inesgotável que trazemos connosco, para devolver à vida, nossa e dos outros, o gosto duma saciedade que nos torna bem-aventurados, o sabor duma fecundidade que alimenta a nossa partilha, a alegria duma comunicação que nos faz regressar ao perdão e à aliança.
P. Carlos Paes

Homilia da Procissão de 27 Maio

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